O DONO

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Eu sou o Fernando Antonio Moura Fialho, o FAMFialho - no twitter: @famfialho

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domingo, 22 de agosto de 2010

Num dia de inverno, insetos de asas batiam à minha janela, queriam a luz fria do meu quarto, antes da chegada da lua cheia.
Se debatiam contra o vidro. Outros, cá dentro, pois passaram pelas frestas, se deleitavam em rodear a luz. Não me contive com tanta felicidade alheia no meu canto, em meu sagrado lugar. Tomei uma raquete elétrica e comecei o extermínio. Um a um caíam sobre o chão e sobre a cama, ainda desfeita da noite passada, pura preguiça dominical.
Explodiam os malditos insetos, luzes, fumaça e o cheiro de queimado davam um espetáculo tosco e ruinoso nas grades eletrificadas da raquete, comprada num mercado popular do centro da cidade. As asas se soltavam e guinchos podiam ser ouvidos durante as cremações. Tornei aquele momento, num festim de inferno, dor e ardor dedicado àqueles seres que eu julgava sem merecimento de vida. Ainda do outro lado do vidro, os outros nojentinhos forçavam a entrada, querendo participação no massacre que ocorria em minha alcova. Senti o ímpeto de ir lá fora para também tirar-lhes suas vidas sem sentido, mas fui impedido pelo fato de morar no sexto andar. Quando volvi minha atenção novamente cá para dentro, vi que alguns daqueles desprezíveis se moviam sem asas pelas paredes e pelo chão. Desesperei-me, com ira pus-me a chutar as paredes e a saltar sobre o piso infestado. Veio a lua e com ela eles foram embora, deixando-me cansaço, sujeira, dor e sangue..
referente a: FERNANDO ANTONIO MOURA FIALHO (ver no Google Sidewiki)

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