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sábado, 14 de novembro de 2009

BANANAS OURO

Num fim de semana da década de 1970, estávamos em Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro. Acabáramos de chegar e ao ligar a televisão de 16’’, em preto e branco, ouvimos o Cid Moreira anunciar um trágico acidente e comemorar o milagre econômico.



Meu tio Deodato, a quem eu chamava de Tiô tinha um fusca, “novinho em folha”. Vermelho é claro!


Naquela Sexta-feira, havíamos deixado Copacabana mais cedo que de costume e por isso, em vez de tomarmos o caminho de sempre e também o mais lógico, que seria a Lagoa Rodrigo de Freitas, os túneis Rebouças e o elevado Paulo de Frontin, Tiô decidiu que seguiríamos pela Praia de Botafogo e pelo Aterro do Flamengo, atravessando o Centro da Cidade, até alcançarmos a Avenida Brasil.


Sempre que chegávamos ao pé da serra de Teresópolis, minha tia, a Kika, fazia Tiô parar para comprar bananas. Daquela vez não mudamos esta rotina. Então, Kika comprou dois cachos cheios de bananas-ouro. No banco de trás do fusca vermelho, que tinha um cheiro inesquecível de carro novo, íamos D. Amália e eu. D. Amália, como sempre, dormindo. Após a entrada das bananas-ouro, íamos eu, bem acordado, D. Amália dormindo, e as bananas-ouro.


Kika tinha uma enorme facilidade de dormir com o carro parado, portanto, ficava acordada durante toda a viagem e dormia nos engarrafamentos! Contudo, naquela tarde, mesmo ante a ausência do menor tráfego na estrada, Kika dormiu e como Tiô, na direção, não era muito de papo, fiquei eu com as bananas-ouro que, acreditem, reluziam!


Óbvio que não resisti! Comecei com uma, após uns minutos mais outra, quando dei por mim um dos cachos já não era mais de bananas-ouro, era só cacho! Como se dizia na época: moitei!


Só na garagem, quando descarregaram o carro, descobriram que eu tinha sido mais rápido e já havia descarregado o cacho de bananas-ouro! Nunca tomei tanta Emulsão de Scoth e tanto laxante junto. Não consegui a absolvição do meu pecado capital por confissão, mas por certo e justo sofrimento!

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