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Eu sou o Fernando Antonio Moura Fialho, o FAMFialho - no twitter: @famfialho

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Trôpego


Foi dando o braço,

Apertando o passo,

Perdendo o compasso,

Até que caiu!


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

BANANAS OURO

Num fim de semana da década de 1970, estávamos em Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro. Acabáramos de chegar e ao ligar a televisão de 16’’, em preto e branco, ouvimos o Cid Moreira anunciar um trágico acidente e comemorar o milagre econômico.



Meu tio Deodato, a quem eu chamava de Tiô tinha um fusca, “novinho em folha”. Vermelho é claro!


Naquela Sexta-feira, havíamos deixado Copacabana mais cedo que de costume e por isso, em vez de tomarmos o caminho de sempre e também o mais lógico, que seria a Lagoa Rodrigo de Freitas, os túneis Rebouças e o elevado Paulo de Frontin, Tiô decidiu que seguiríamos pela Praia de Botafogo e pelo Aterro do Flamengo, atravessando o Centro da Cidade, até alcançarmos a Avenida Brasil.


Sempre que chegávamos ao pé da serra de Teresópolis, minha tia, a Kika, fazia Tiô parar para comprar bananas. Daquela vez não mudamos esta rotina. Então, Kika comprou dois cachos cheios de bananas-ouro. No banco de trás do fusca vermelho, que tinha um cheiro inesquecível de carro novo, íamos D. Amália e eu. D. Amália, como sempre, dormindo. Após a entrada das bananas-ouro, íamos eu, bem acordado, D. Amália dormindo, e as bananas-ouro.


Kika tinha uma enorme facilidade de dormir com o carro parado, portanto, ficava acordada durante toda a viagem e dormia nos engarrafamentos! Contudo, naquela tarde, mesmo ante a ausência do menor tráfego na estrada, Kika dormiu e como Tiô, na direção, não era muito de papo, fiquei eu com as bananas-ouro que, acreditem, reluziam!


Óbvio que não resisti! Comecei com uma, após uns minutos mais outra, quando dei por mim um dos cachos já não era mais de bananas-ouro, era só cacho! Como se dizia na época: moitei!


Só na garagem, quando descarregaram o carro, descobriram que eu tinha sido mais rápido e já havia descarregado o cacho de bananas-ouro! Nunca tomei tanta Emulsão de Scoth e tanto laxante junto. Não consegui a absolvição do meu pecado capital por confissão, mas por certo e justo sofrimento!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Erros de Copacabana



Cabelos castanhos claros naturalmente ornados de mechas brancas; bigode espesso; óculos que guardavam olhos de um verde ímpar; um metro e muito mais que setenta de altura. Assim estava Gustavo, que, naquele 12 de maio, ostentava orgulhosamente, uma barriga comum nos brasileiros de meia-idade.


Sentado na mesa próxima ao asfalto, com total visão da Praia de Copacabana, naquele mesmo bar que freqüenta há 20 anos, o secretário de redação de um jornal popular do Rio, Gustavo, comemorava, solitariamente, seus 52 anos de idade.


De seu trono jubilar, parecia julgar os passantes: a menina morena com seu pequeno balde, cheio de brinquedos; a moça bonita, com sua canga colorida! O rapaz surfista e sua companheira constante, a prancha! Um senhor distinto que, com seu paletó preto, destoava harmoniosamente da paisagem praiana. Assim como ele: - “Aquele senhor deve estar na casa dos cinqüenta, será que cometeu os mesmos erros?” Avaliou.


Lentamente Gustavo levantou-se, deixando sobre a mesa uma nota de dez reais e mais umas moedas para o complemento da gorjeta; vestiu sua boina branca e caminhou em direção à beira-mar.


Depois de um dia de sol escaldante, a areia, surpreendentemente morna, o acolhia em cada passo. Seus pés eram mansamente acariciados pelos grãos finos da praia, fazendo com que Gustavo caminhasse vagarosamente.


Decidiu que iria em direção ao Leme, para apreciar a paisagem que os Dois Irmãos e a Pedra da Gávea proporcionam no final de tarde. Pensando na vista dos três morros, exclamou para si, em voz baixa, como quem acaba de descobrir uma semelhança: - “Esaú e Jacó”. E sorriu.


Naquele caminho, encontrou Ana Luíza que conduzia uma turba, saudável e barulhenta, de netos.


Havia trinta anos, Luíza, quando gozava seus 17 anos, conhecera Gustavo, através de sua melhor amiga, Roberta!


Roberta morava e ainda mora por herança, ali mesmo, na Praia de Copacabana.


Na primeira troca de olhares, naquele reencontro de 12 de maio, nas areias de Copacabana, não houve reconhecimento. Afinal, vinte e cinco anos passaram desde a última vez em que estiveram juntos! Mas como num relâmpago, daqueles de noite de tempestade, a memória golpeou Gustavo. Golpeou-lhe tão forte a lembrança de Ana Luíza, que Gustavo teve a sensação de queda! E quase caiu mesmo!


Ana Luíza era a mulher mais linda que ele conhecera! E, apesar dos anos, que parecem mais ter sido aliados que algozes, Ana Luíza estava mais bela do que no primeiro encontro.


A pele dourada, os cabelos de um preto clássico, sempre encaracolados. Nem esbelta, nem gorda. Vestida num majestoso “maillot” preto, de corpo inteiro, que a deixava mais diva, via-se bem a sua estatura ideal!


Os olhos, tão verdes quanto os de Gustavo, fundiam-se na paisagem do mar de Copacabana! As mãos, delgadas e delicadas, não revelavam sua predileção pela mecânica automobilística, como hobie, certamente! Ana Luíza é uma, mais que bem realizada e sucedida, economista!


Naquele momento, veio a Gustavo toda sua vida em comum com Ana Luíza! A paixão foi tão grande que, naquela época, decidiram morar juntos e alugaram um sala e quarto, no bairro do Peixoto. Viveram juntos por cinco anos, quando surgiu a infidelidade de Gustavo: Denize.


Denize foi um deslize que, no passado, ele lamentou profundamente e, ao rever beleza de Ana Luíza, de novo lamentou!


Também lhe atacaram, as lembranças das viagens semanais à Angra e à Parati. Paris, conheceram juntos!


Ana Luíza também teve suas recordações e seus remorsos! Lamentou, sobretudo, a falta de experiência e de vida, por ter sido impulsiva e não saber perdoar. Amava seu marido, é verdade, mas nada se comparou, por toda sua vida, ao amor que sentia por Gustavo.


Da mesma forma que Gustavo, lembrou-se de tudo com uma velocidade tão grande, que teve que se apoiar na babá, Odete, para não perder o equilíbrio.


Todo esse encontro de olhares, não durou mais que segundos. Acharam por bem, num pacto silencioso, que seria melhor nem um cumprimento, nem um aceno, nem um abano de cabeça. Para não haver novo adeus! Para não haver nova dor!


Desviaram, então, os olhares e resolveram seguir pela vida.


Gustavo solteiro, ela casada.


Mais tarde, à noite, ele foi ter, com uns amigos, num escort bar de Copacabana, ali na Princesa Isabel. E Ana Luíza, depois de devolver os netos aos seus legítimos tutores, tomou o rumo de casa, para ajudar o marido, Augusto, no preparo do jantar, que serviriam a alguns amigos íntimos, entre eles, Roberta!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


EU


Sou diferente,
Porque sou aquilo que deveria ter sido!
Sou igual,
Porque sou aquilo que muitos queriam ser e não são!


IMAGEM

Tua imagem retorcida,
Causa medo de mim.
Conserto o espelho, ou o deixo assim?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ignorância



Minha ignorância:
É dela que sinto mais saudades!
Minha arrogância?
Esta só serve para maldades!

Encosto


A noite,
No Frio Escuro,
Escuto vozes,
Vejo sombras.
Estou louco? Ou é encosto?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nublado



- Há nuvens que param e pesam sobre nós!
- Mas e daí?
- Depois elas vão e só deixam DESEJOS!
NOVAMENTE DE NOVO
Quando construí este blog eu estava morando em Curitiba, e queria, além de divulgar idéias, um meio de contar o que eu andava fazendo aos amigos próximos e distantes.

Dois anos após meu retorno ao Rio de Janeiro, e com o uso do Twitter e do Facebook, optei por dar um novo fim a este blog, relançando antigas idéias e escritos, e complementando as novidades que não cabem nos desafiantes 140 caracteres!


Fernando